Andarei eu a trabalhar bem a minha marca pessoal?
Foto: Pau Storch
Para quem já segue o blog há uns anos sabe que ele nasceu porque eu estive desempregada durante dois anos. Entretanto, estive empregada, desempregada, empregada... Bem, o costume para uma jovem da minha idade. Mais recentemente, estive desempregada durante 20 dias e é uma história estranha que prefiro não abordar no blog, mas posso dizer-vos que já voltei para o meu trabalho habitual. No entanto, aqueles 20 dias fizeram-me abrir os olhos e perceber que apesar de uma pessoa gostar do seu trabalho, se esforçar e de fazer tudo e mais do que o que se lhe é pedido, os cortes orçamentais existem e podemos ser vitima deles.
Ora, durante aquele tempo em que estive desempregada aproveitei para tratar de todas as burocracias que tinha em atraso, editar fotografias, trabalhar na parte técnica do blog, ler artigos, fazer listas (a minha vida é uma autêntica lista de tarefas), ir ao Festival Vodafone Paredes de Coura e estar com amigos. Nomeadamente, a Ana do Blogging Mood, uma pessoa com quem eu já falava online há alguns meses e com quem estive pessoalmente naquela altura.
A nossa conversa foi curta, mas fez-me ver muita coisa. Como por exemplo: existem pessoas que se apresentam como médicos, como jornalistas, etc. Enquanto que eu nunca soube muito bem como me apresentar porque apesar de já ter 31 anos e de trabalhado em muitos sítios (quem tem a mesma idade que eu sabe como é difícil ficar muito tempo numa empresa até porque quando estamos quase a ficar efetivos normalmente vamos de "vela"), de no meu currículo estar a "dizer" criadora de conteúdos e fotógrafa porque é isso que eu sou (trabalhei como jornalista no online e no papel, como gestora de redes sociais e fotógrafa, claro. Ainda assim, muita gente não conhece o meu trabalho e acha que eu "só" fotografo concertos). A verdade é que essa é uma ínfima parte do que o que já fiz, faço e quero fazer (podem ver aqui o meu portfólio).
Como gémeos que sou, não consigo fazer a mesma coisa durante muito tempo e o que a fotografia tem de bom nesse aspeto é que todos os dias são diferentes e podemos conhecer muitas pessoas e lugares. No entanto, a estabilidade financeira é coisa que não existe nesta área, por isso é que tenho trabalhado mais vezes em comunicação. Também a desmotivação por essa instabilidade me levou a apostar em outras áreas em que sentia mais reconhecimento mais imediato, nomeadamente o blog, ainda que isso não me tenha trazido retorno financeiro. Claro que, o meu sonho continua vivo e depois daquela conversa "abre olhos" percebi que: as pessoas não conhecem o meu trabalho fotográfico e a única pessoa que pode mudar isto sou EU.
Assim, cheguei a casa e adivinhem lá: fiz uma lista, uma lista com tudo o que eu achava que seria necessário para colocar a minha "marca a bombar" (também fiz uma lista com o que já tinha feito e funcionado ou não anteriormente). O primeiro passo era criar uma estratégia, isto é perceber quais as minhas mais valias, para além do meu conhecimento (fruto dos cursos que fiz) e experiência, o que eu poderia fazer de diferente do que já existe (é muito importante avaliar a "concorrência"), a quem quero chegar e como vou lá chegar. "Respondendo"a essas questões comecei então por: voltar a dar vida ao meu site (que diga-se de passagem não era atualizado desde 2012), mas como não me entendia com ele, apaguei-o e criei outro, voltei a dar vida à minha conta de Instagram (que não era atualizada desde 2016 e que agora é atualizada várias vezes por semana) e de Facebook (aproveitei também para convidar os meus contactos que ainda não seguiam/conheciam a minha página, atualizei a informação e partilhei em alguns grupos das minhas áreas de interesse) e criei um álbum no meu Pinterest (a ideia é mesmo criar também um perfil só para os meus trabalhos, mas a seu tempo) porque estas são as redes sociais que fazem mais sentido para a minha área.
Depois fui à procura de "sítios" onde pudesse divulgar o meu trabalho. Por exemplo, uma das coisas que gosto de fotografar e quero voltar a fazer regularmente são casamentos, batizados e outras sessões. Assim, falei com algumas pessoas que se tinham casado recentemente ou que iam casar e rapidamente percebi que a maioria desse negócio agora é todo online e que existem sites com diretórios onde podemos divulgar o nosso trabalho de forma gratuita como é o caso do Casamentos.pt, O Nosso Casamento, MyWed, I Love Brides, Noivos.pt, Casamentos Para Sempre, Espaços Para Eventos, Momentos de Sonho, Simplesmente Branco (como segunda fotógrafa, já que também faço esse tipo de trabalhos), Destination Wedding Directory, WedGo, Carats&Cake, Wedding Vibe, WhereWedding, Wedding Chicks e Confetti (estes últimos internacionais).
Registei-me em todos, mas não só registei-me também em sites de serviços como: o Google My Business, o Homify, o Fixando (que funciona por créditos, isto é vocês registam-se e ganham logo 12 créditos para começarem a enviar os vossos orçamentos e se recomendarem mais amigos ganham 5 créditos pelo seu registo), o StarsOfService e o Zaask, sendo que estes dois últimos só podem mandar os orçamentos para os clientes se comprarem créditos, mas podem sempre recomendar amigos e ganhar créditos quando eles comprarem créditos (ah e às vezes do nada podem colocar-vos créditos como me aconteceu com o Zaask).
Seguidamente fui pela lógica, ora se para os casamentos existem diretórios para as famílias também deve haver e descobri o Pumpkin (até já escrevi um artigo para eles), o PartyOffice, Pikaboo e para moda existe o ModelManagement. Para além disso, criei um anúncio no OLX, falei com pessoas com quem já tinha trabalhado e pedi-lhes para que dessem a sua opinião sincera sobre o meu trabalho nas minhas plataformas (atenção é pedir, não é obrigar). Divulguei as minhas páginas por todos os meus perfis sociais particulares e profissionais, falei com os meus amigos e a verdade é que já comecei a receber pedidos de orçamentos (que são grátis, por isso não se acanhem) e inclusive já fiz alguns trabalhos (uma dica: andem sempre com os vossos cartões de contacto porque nunca sabem quem vão encontrar (eu já experimentei no Moo Cards e entretanto fiz também no 360imprimir)).
Por último, imprimi alguns dos meus trabalhos porque apesar da maioria das pessoas me contactar online, quando vou a entrevistas de emprego o melhor é levar também trabalhos em suporte físico. Por isso, aconselho também a fazerem um álbum digital (eu já fiz na Saal e na Dreambooks e fiquei satisfeita, até porque eles estão sempre a fazer promoções).
Em resumo: Passinho a passinho isto começou a andar, mas ainda há muito para fazer e com este post não quero só dar-vos a conhecer o meu trabalho em fotografia, quero dizer-vos que também vocês sejam de que área forem (ainda que o meu caso esteja mais aproximado aos designers e organizadores de eventos porque podem usar todos os sites que referi) também podem sempre lutar para realizar os vossos sonhos e se o problema é dinheiro como é o meu caso (porque como sabem investir em material fotográfico é caro e eu no ano passado já investi numa nova máquina) então têm de se desenrascar como podem e com o tempo poderão investir em mais para chegar aos vossos objetivos e eventualmente criar até um negócio próprio.
Ah e sim, eu estava mesmo a trabalhar mal a minha marca pessoal, mas agora que aprendi mais umas coisas sei que não posso desistir e que há sempre coisas que ainda posso vir a melhorar.
PS: A fotografia abaixo é do meu site. Passem por lá e se puderem partilhem com quem possa precisar dos meus serviços.