Fui aprender a costurar!
Fotos: Graziela, Maria João , Marta e Isabel
Sou de uma pequena vila onde, antigamente, não existiam muitas lojas de pronto a vestir e, quando era pequena, costumava ir passear com os meus pais às cidades mais próximas. Em muitos desses passeios lembro-me de ver a minha mãe andar de bloco e caneta na mão a desenhar os vestidos que via nas montras e me queria oferecer, mas não tinha dinheiro para comprar. Lembro-me, também, das vezes que iamos às retrosarias lá da terra escolher os tecidos e depois, aos sábados, iamos à costureira que, curiosamente, era madrinha de casamento dos meus pais.
O dia de ir à costureira era sempre uma animação, porque já sabia que ia poder mexer em todos aqueles tecidos e linhas que andavam espalhados pelo "atelier". A minha mãe levava os desenhos que tinha feito e algumas revistas burda (na altura em espanhol) e as duas discutiam o que era possível ou não fazer, enquanto eu me entretia com os retalhos que por lá andavam e imaginava serem vestidos para Barbies. Foram tempos de pouco dinheiro, mas a verdade é que os meus vestidos eram únicos e talvez seja por isso ainda hoje prefira vestidos a calças.
Entretanto, mudámos de casa e fomos para a cidade. Nessa altura começámos também a ir às lojas de roupa e à feira e, pouco a pouco, perdemos aquele costume de ir à costureira mandar fazer vestidos e outras peças. Ainda assim, a minha mãe ficou sempre com o bichinho da costura e, mal conseguiu juntar algum dinheiro, pediu à minha tia, que vivia na Alemanha para lhe comprar uma máquina de costura.
Passado uns meses, a dita cuja chegou: era branca e enorme e olhávamos para ela com alguma curiosidade, mas como não tínhamos ninguém para nos ensinar a mexer nela, acabou por ficar arrumada num armário... Mais tarde foi emprestada a uma tia e no ano passado, fui finalmente buscá-la.
Desde daí a minha vontade de aprender a costurar foi crescendo cada vez mais e, recentemente, tive a oportunidade de fazer um curso na Academia burda.
Como eu nunca tinha mexido numa máquina de costura e, apesar de adorar as revistas burda olhava para os seus moldes e parecia-me que estavam em chinês... pelo que decidi fazer o curso básico, isto é, o módulo zero. Nesta formação pude aprender a tirar medidas, a copiar, a cortar, a aumentar e a encolher moldes, a alinhavar uma peça e, claro, a coser à máquina. Tudo isto em dois sábados (habitualmente são quatro porque é só de manhã ou à tarde). Foi uma formação bem rápida, mas que me deu o alento e os conhecimentos para tirar a máquina de costura da minha mãe do armário. No final, saí de lá com uma camisola feita por mim e um kit de costura com tudo o que preciso para começar a costurar as minhas roupas (todas as alunas recebem um kit com materiais no valor de 60 euros). Agora, só preciso de ir comprar mais tecidos e deitar mãos à costura!
Para quem quer saber mais sobre estes cursos pode consultar o site da Academia burda.
PS: Obrigada às minhas colegas e à minha formadora pela simpatia e paciência para esclarecer todas as minhas dúvidas.